Oito meses se passaram desde a ultima vez que pude abraçar o meu pai, que pude sorrir com ele, e agora mais do que nunca a falta dele tem se feito presente. Para muitos vai parecer estranho, mais em quase vinte anos de vida eu nunca me senti tão inferior, tão mal como estou me sentindo agora. A muito tempo eu não tenho mais prazer nas coisas que antes me tiravam do chão, a muito tempo eu não sei o que é olhar em volta e me sentir parte daquele ambiente.

É assim que tenho vivido.
Tenho sido apenas mais uma, coisa que antes eu não era, minha presença ou ausência não fazem mais tanta diferença. Aqui as pessoas me julgam pela maneira que me visto, pela maneira de falar, pelas minhas amizades, até por tratar todos de igual forma eu sou julgada... Nunca fui a "boa moça" exemplo pra alguém, mais a vilã eu também não era! Hoje, agora, é assim que me sinto.
É tão errado assim ser honesta com as pessoas? Falar o que penso? Não estou agindo por protesto, eu estou sendo eu mesma pela primeira vez.
Antes, muito antes, eu tinha um pai, eu tinha alguém que me incentivava, que me dizia: "Vai minha filha, você é capaz", que me mostrava que fracos eram os que nem tentavam... Hoje o único apoio que eu tenho são de amigos virtuais, reais, mais que moram longe. Os "Líderes" que me restaram tão pouco se lixando se eu amanheço viva ou não; para eles o que vale é preservar a tão importante IMAGEM SOCIAL que eles alimentam como CERTA e IMACULADA!
Dane-se, eu não preciso de ninguém pra existir, mais eu preciso me achar, eu preciso saber pra qual propósito eu estou aqui ainda e isso tá praticamente impossível agora!
Eu precisava chorar, aliás, eu preciso!